quinta-feira, 31 de julho de 2014

Israel vs Mundo

Quem utiliza bombardeamentos massivos em cima de um território fechado onde a população não tem por onde fugir não pode esperar outra coisa senão a morte de civis. Muitos civis. Desta vez Israel acertou numa escola das Nações Unidas, no campo de refugiados de Jabaliya na faixa de Gaza. Provavelmente não terá sido de propósito (ao contrário do ataque à escola da ONU em Gaza em 2009 com fósforo branco), mas deixou 15 mortos e 200 feridos, subindo os totais para 1360 mortos e 7000 feridos.

Para quê? Que espera a liderança israelita desta guerra? Capitulação? E se o Hamas se rendesse, será Israel daria plenos direitos aos não-judeus? Poderiam os parlamentares israelitas árabes voltar a falar livremente no parlamento? Porderiam integrar o exército israelita? Os milhões de refugiados e descendentes de refugiados palestinianos de todas estas guerras poderiam regressar às suas terras? Tornariam o país plenamente democrático e binacional? Permitiriam uma solução de dois estados? Retirariam o meio milhão de colonos judeus que colocaram na Cisjordânia?

A resposta é sempre não. Israel não quer ser um país democrático e inclusivo. Não quer que exista um país chamado Palestina. Para uma parte considerável dos judeus israelitas, os palestinianos deviam simplesmente deixar de existir. Desaparecer do mapa e ir para longe. Muito longe. E deixarem essas terras todas de Eretz Israel para o povo que Deus escolheu. O objectivo, para estes, é apenas de tornar a vida tão difícil que acabem por se ir todos embora para o Egipto, Jordânia, Síria ou Líbano. 

O problema é que estes países também não os querem. E os palestinianos vêm-se na mesma situação os judeus dos anos 30 e 40. É pena que para a direita ortodoxa israelita a frase "Holocausto nunca mais" se tenha acabado por transformar em "Holocausto - para nós - nunca mais".

PS: Uma palavra especial para os muitos judeus em Israel e nos Estados Unidos que continuam a exigir paz e o fazem abertamente sabendo as repercursões sociais, académicas e profissionais de tal opção.

PS2: Sobre o Hamas: É uma organização política e religiosa cuja liderança e rumo é idiota e primitiva e causadora de inúmeras infelicidades para os povos palestiniano e israelita. O seu sucesso político é resultado directo da incapacidade da Fatah em conseguir concessões de Israel e da sua profunda corrupção. São de culpados de muita coisa, mas não desta guerra.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Bombardeamento preciso e os escudos humanos...


Mais uma fotografia onde fica claro o que é um "bombardeamento preciso" e os altíssimos níveis de preocupação com os civis por parte do exército israelita.

À data de hoje: 1065 mortos, pelo menos 795 são civis entre os quais 229 crianças[1].   



sexta-feira, 25 de julho de 2014

Mais uma derrota para Israel...

Gaza 2014 - Imagem BBC
A cada dia que passa, o mundo mostra-se mais chocado com as imagens de de crianças mortas pelos ataques israelitas. A cada dia mais inocentes pagam por crimes que não cometeram. A maior prisão do mundo, o território de Gaza, com milhões de árabes fechados por todos os lados e sem qualquer hipótese de uma vida digna ou de um futuro para os seus filhos são bombardeados sem cerimónia por um dos mais avançados exércitos do mundo e, de longe, o mais poderoso do Médio Oriente. 

No final, centenas ou milhares de civis estarão mortos, umas dezenas de jovens militares israelitas também. Mais uma geração de palestinianos crescerá imersa no ódio a Israel e disposta a ouvir quem quer que lhe mostre alguma compreensão e apoio, sejam eles nacionalistas, comunistas, nazis ou fundamentalistas. Mais uma geração de israelitas terá lutado numa guerra que é apenas mais um capítulo da militarização total e absoluta do seu país, onde praticamente todas as grandes figuras políticas são antigos generais, heróis de guerra e líderes terroristas judaicos.
Exército Israelita - Invasão de Gaza 2014

Mais uns milhões de pessoas pelo mundo fora compreenderão quem são os agressores e quem são as vítimas. E a balança política que começou a virar desde a primeira intifiada continuará a pender cada vez mais para o lado dos palestinianos até que o mundo se decida a tratar Israel por aquilo que realmente é: um Apartheid!

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Gaza, novamente

Qual é a desculpa desta vez mesmo? Se a cada 4 ou 5 anos se criarem as condições para produzir mais uma geração de jovens carregados de ódio, quanto tempo demorará até termos paz? A matemática dir-nos-ia... infinito.


Gaza 2014... mas poderia ser qualquer outra data, passada ou futura.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Blogging errático nas próximas semanas

Ao contrário do que aconteceu durante muitos muitos anos, desta vez vou ter umas férias de verão a sério. Para os meus leitores habituais as minhas desculpas, já que durante as próximas semanas não conto escrever muito. 

No entanto... nunca se sabe, a inspiração aparece das formas mais estranhas. E a história nunca pára. Com tudo o que está a acontecer na Ucrânia, no Egipto, na Síria e no Iraque talvez seja difícil. Um abraço a todos e até breve.