sexta-feira, 6 de junho de 2014

Dia D - 70 anos

Não foi a maior, a mais importante ou a mais sangrenta batalha da história ou sequer da segunda guerra mundial. Mas foi um feito logístico impressionante, um passo crucial para acabar com a guerra e o momento em que a Alemanha Nazi compreendeu que, acontecesse o que acontecesse, o seu destino estava selado. Neste dia, relembramos os involuntários heróis que depois de horas enlatados dentro de pequenos barcos foram atirados contra as praias da normandia onde os esperavam poucos - mas bem armados e veteranos - soldados alemães.

Deixo aqui os links para dois livros excelentes sobre o desembarque que revi neste blog em 2012: "O Dia Mais Longo" de Cornelius Ryan e "Operação Overlord" de Max Hastings.


2 comentários:

  1. Bom dia,

    "Mas foi um feito logístico impressionante..." não desvalorizando as vidas perdidas nesta batalha,masquando comparadas com a Batalha de Kursk, Batalha de Stalingrado ou até mesmo a Operação Barbarossa.

    Essas sim logisticamente teve de haver muita mas mesmo muita organização, e nestas batalhas referidas foram cruciais em diversos pontos da história ao contrário da invasão da Normandia que foi acabar de "matar" a Alemanha que estava a agonizar devido à investida final da parte dos russos, ao contrário do que você disse "...Alemanha Nazi compreendeu que, acontecesse o que acontecesse, o seu destino estava selado..."

    Saudações.

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    1. Caro Anónimo

      Obrigado pelo comentário. A segunda guerra mundial teve de facto momentos que exigiram um planeamento a uma escala provavelmente nunca vista. A fase final da batalha de Stalingrado foi muito bem planeada pelos soviéticos, assim como a fase inicialmente foi bem montada pelos alemães, mas durante meses e meses foi uma batalha essencialmente de números e devastação total. Talvez a batalha urbana mais violenta da história.

      Parece-me que a preparação que envolveu o Dia D foi muitissimo mais extensa, envolvendo um enorme número de pessoas num espaço muito pequeno e numa janela temporal apertadíssima que dependia da meteorologia. Em paralelo, uma campanha de contra-informação que foi preparada durante muitos meses tentava (e conseguiu) convencer os alemães de que o desembarque seria noutro lugar e/ou que o da normandia não era o desembarque principal.

      A minha opinião vale tanto como a sua, mas considero o Dia D como o momento mais alta da logística militar aliada (da parte do eixo, provavelmente a Operação Barbarossa será o seu expoente máximo).

      Também acredito que foi um ponto psicológico crucial para os aliados e para o eixo. A Itália já tinha sido invadida, mas os aliados não conseguiam avançar facilmente e estavam a bloquear a cada nova cadeia de montanhas. No leste, o exército soviético avançava mas com enormes perdas humanas e ainda muito dependente de ajuda militar americana e inglesa (em especial nos camiões e jeep - aviões e tanques estavam muito bem servidos com os seus IL2-M e T-34). O Dia D permitiu não só criar a tão desejada "segunda frente", a libertação da França e o bombardeamento cada vez mais violento das cidades alemãs.

      Não foi por acaso que Rommel se referiu ao Dia D como "O Dia mais Longo". E também não foi por acaso que o mais famoso e admirado de todos os generais alemães - precisamente a "Raposa do Deserto" foi indicado para a defesa da "Fortaleza Europa".

      Não coloco de forma alguma em causa a importância da frente oriental. Foi aí que se decidiu a guerra. E foram os soviéticos - mais do que qualquer outro povo - que venceu a guerra. Mas isso foi feito à custa de uma vontade férrea e coragem de Stalin, de um brilhantismo técnico dos seus desenhadores de armas e acima de tudo do preço de sangue que estiveram dispostos a pagar. Não pela sua capacidade logística. Aí serão, na minha opinião, os americanos que lideraram esta guerra.

      Os melhores cumprimentos,

      António

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